Mito ou verdade: desfragmentar o HD diminui a vida útil do disco?

Thaylan Sk | 13:39 | 0 comentários


Com o passar do tempo, é sempre bom desfragmentar o disco rígido para ganhar um pouco mais de performance da máquina. Mas será que isso não causa danos ao HD?

Com o passar do tempo de uso, convém desfragmentar o disco rígido (Fonte da imagem: Shutterstock)
Com muito tempo de uso, alguns sistemas de arquivos costumam ficar fragmentados
, ou seja, blocos de informações que deveriam estar próximos uns dos outros
estão, na realidade, espalhados pelo disco rígido. Dessa forma, algumas
 operações exigem que o HD trabalhe muito mais, favorecendo não apenas o
desgaste das peças mecânicas do disco como também tornando mais
demoradas as operações de leitura e escrita de dados.
Para resolver esse problema, há ferramentas especializadas e até mesmo
 fornecidas gratuitamente junto com o sistema operacional, como é o caso do
programa Defrag, do Windows. Elas são responsáveis por reorganizar esses dados,
 com o propósito de dar menos trabalho para o HD. Esse processo é
chamado de desfragmentação, e o Tecmundo já publicou diversos artigos
sobre o assunto.
Em teoria, reorganizar esses blocos de dados ajuda a agilizar o acesso aos
 arquivos: por estarem todos mais próximos e organizados, não é necessário
 tanto movimento mecânico da cabeça de leitura do HD. Porém, muita gente
 acha que desfragmentar demais um disco pode fazê-lo “pifar” mais rapidamente.

Desfragmentar causa desgaste?

É possível argumentar que, como o processo de desfragmentação causa muita
 atividade mecânica do disco, ele também acaba, consequentemente, diminuindo
o tempo de vida do componente, já que provocaria mais desgastes. Porém, não
 há nada que possa comprovar essa teoria.
Para começar, o desgaste provocado pela ação de desfragmentação
parece ser compensado pela economia de movimento que a cabeça de leitura
 fará nos próximos dias, já que os dados são reorganizados. Mas é claro que
 não há nada que comprove isso de fato, pois essa é uma atividade muito
difícil de ser medida e, pelo visto, não muito relevante para a indústria.
Funcionários da Google não encontraram relação entre nível de utilização e falhas (Fonte da imagem:Shutterstock)
Porém, há um estudo de caso muito interessante apresentado por
funcionários da Google em uma conferência sobre tecnologias de
 arquivos e armazenamento que pode ajudar a trazer alguma espécie de
 iluminação científica sobre o assunto.

Relação entre falhas e nível de utilização

Como a Google trabalha com uma enorme quantidade de dados, fica fácil
deduzir que a empresa possui muita experiência no gerenciamento de discos
rígidos. Em um estudo apresentado por Eduardo Pinheiro, Wolf-Dietrich Weber
 e Luiz André Barroso, funcionários da empresa, mais de cem mil HDs foram
analisados, na tentativa de encontrar em um padrão que tenha levado
 esses equipamentos à falha.
O resultado? Bem, digamos que é um pouco decepcionante: “Nossos dados
 indicam que há uma relação muito mais fraca entre níveis de utilização e falhas
 do que estudos anteriores atestavam”. Em suma, não há nada que comprove,
de fato, esse impacto negativo pelo uso exaustivo do equipamento.
De acordo com o paper apresentado pelo grupo, apenas HDs muito novos
 ou muito velhos costumam apresentar problemas. É como se, no reino
dos discos rígidos, valesse a lei do mais forte. Se o drive sobreviver aos primeiros
 anos de sua “infância”, é provável que terá muito tempo de vida pela frente.

Conclusão: use o defrag sem medo

Não há nada que comprove a relação entre desfragmentação e redução
do tempo de vida. O impacto causado pela reorganização lógica dos dados
de um HD, durante o processo, não é preocupante e, na pior das hipóteses, pode
ajudar você a acessar mais rapidamente seus arquivos.
Entretanto, vale o bom senso: não há a necessidade de desfragmentar o seu
 HD todo dia. Fazer isso uma vez por mês, por exemplo, já é mais do que
 o suficiente para garantir um melhor desempenho para a máquina.




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