Por que a Curiosity é pior que o seu celular?
Às 10:32 (horário da Califórnia) do dia 5 de agosto de 2012, a NASA anunciou que o robô Curiosity pousou no solo de Marte. O objetivo da missão é explorar o planeta vermelho e enviar imagens de alta resolução e dados científicos para a Terra. Nesse artigo, o TechTudo apresenta as especificações de hardware do robô e explica porque o seu celular é, provavelmente, bem mais potente do que o Curiosity.
O computador que opera o robô é um RAD750, produzido pela BAE System Electronics Solutions, que é especializada na construção de equipamentos para ambientes espaciais, sobretudo para a indústria de defesa. O RAD750 é um computador de placa única, que inclui placa-mãe, processador e memórias RAM e ROM.
Lançado em 2001, o RAD750 é, hoje, um dos computadores mais populares para o mercado espacial. O equipamento instalado no Curiosity é composto de um processador PowerPC 750 (mais conhecido como PowerPC G3, o mesmo que equipava os iMacs lançados em julho de 2001) com relógio (clock) em torno de 200 MHz. Na mesma placa, inclui-se 256 megabytes de memória DRAM (Dynamic Random Access Memory) e 2 gigabytes de armazenamento em memórias flash. A memória flash é usada para armazenar vídeos e dados científicos antes de serem transmitidos para a Terra.
Embora as especificações do Curiosity pareçam ultrapassadas, vale ressaltar que os requisitos de projeto que norteiam os engenheiros da NASA são diferentes daqueles definidos para a construção de equipamentos de uso geral, na Terra. Sobretudo, os requisitos ambientais, como exposição a radiação e a temperaturas extremas. Nesse contexto, o RAD750 possui alta resistência a esses fatores. O computador resiste a temperaturas entre -55˚ e 70˚ C e níveis de radiação de até 1000 Gr (grays – unidade de medida para avaliar os impactos físicos da radiação). Para se ter uma comparação, exames de raio X e tomografia não passam de 1 Gr de radiação e, se o corpo humano for exposto a níveis de radiação próximos a 5 Gr apenas uma vez, isso pode causar morte em 14 dias.
Além dos requisitos ambientais, existem as necessidades de tolerância a falhas do robô em Marte. De fato, não seria possível levar o equipamento a uma assistência técnica, para um reparo eventual. Por isso, o equipamento precisa ser extremamente testado e avaliado em diversas condições e casos de possíveis erros. Por esse motivo, utiliza-se, para esse tipo de missão, equipamentos consolidados no mercado e reconhecidamente confiáveis. Apesar de toda a preocupação com a confiabilidade do computador, um segundo RAD750 é incluído no Curiosity e automaticamente assume o controle em caso de falha do primeiro.
Por todos esses motivos, pode-se dizer que provavelmente o celular que você leva no bolso tem muito mais poder computacional do que o robô que a NASA acaba de enviar para Marte. E o motivo é o longo período de desenvolvimento do projeto, que definiu uma tecnologia anos antes do lançamento do robô. Tudo isso por causa da grande etapa de testes e correções já realizados com o equipamento utilizado.
E você, leitor? Já imaginou que a NASA usaria um equipamento lançado em 2001 no robô Curiosity, lançado ao espaço em novembro de 2011? Use o espaço dos comentários para deixar sua opnião.
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