iPad 'custa' 34 dias do trabalhador brasileiro
Olhar Digital fez as contas com base em dados divulgados pelo IBGE
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Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a edição 2011 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), segundo a qual o trabalhador brasileiro tem rendimento mensal médio de R$ 1.345, ou R$ 44,83 por dia. Tomando isso como base, o Olhar Digital tentou entender o que esse valor significa para os fãs de tecnologia.
Se ignorarmos todos os gastos que uma pessoa tem para viver em sociedade (água, luz, alimentação, moradia etc.), percebemos que alguns dos gadgets mais famosos precisam ser comprados em fatias. Às vezes, em muitas fatias.
Smartphones
Coqueluche do mercado de tecnologia, a Apple é quem mais exige de seus consumidores brasileiros, em termos gerais. O smartphone da companhia não é o mais caro de todos, mas o iPhone 4S, por ora top de linha no país, custa R$ 1.999 em sua versão básica - com 16 GB de memória. Para comprar um, o trabalhador daqui precisa de 44,6 dias. Mesmo sendo produzido no Brasil, o RAZR HD, lançado pela Motorola há duas semanas, sai pelo mesmo preço do aparelho da empresa da maçã.
Concorrente direto da Apple, a Samsung é a campeã em termos de preço alto com seu Galaxy S III, que, por custar R$ 2.099, exige 46,8 dias de trabalho. Já o Nokia Lumia 900 sai mais em conta, por R$ 1799, ou 40,1 dias.
Há, claro, as opções mais baratas, para os menos fissurados por tech. Neste caso, um aparelho básico como o Samsung Galaxy Y (Android 2.3, tela de 3 polegadas e câmera de 2 MP) custa R$ 399, então só pede 8,9 dias do mês. Dentre os básicos também tem o Motorola Defy+, de R$ 699 (15 dias), e o Lumia 710, de R$ 799 (17,8 dias).
Tablets
O iPad mais fraco, com 16 GB, é mais barato que o iPhone 4S; mesmo assim, ainda não entra no orçamento mensal do brasileiro porque custa R$ 1.549, então exige 34,5 dias de esforço. Caso queira o mais robusto, de 64 GB, o interessado precisa separar 44,6 dias para comprá-lo, pois custa R$ 1.999.
O Galaxy Tab 2 já é compatível com o bolso, no Brasil: sai por R$ 1.199, o que representa 26,7 dias. E o Positivo YPY, fabricado por aqui, também é acessível: custa R$ 799, ou 17,8 dias.
Notebooks
Se, em questão de valores, a Apple vai bem no universo de smartphones e no de tablets, nem tanto, é no de computadores portáteis que a empresa voa longe.
Um MacBook Air de 11 polegadas, com 64 GB de memória interna e Core i5 1,7GHz, sai por R$ 3.699. O preço não só é quase o mesmo praticado pelos concorrentes em suas versões mais fortes, como também exige 82,5 dias de trabalho. E o aparelho nem entra em disputa com os ultrabooks, que em sua maioria têm telas de 13 polegadas. O modelo que brigaria com esses tem no mínimo 128 GB e sai por R$ 4.999 - são 111,5 dias, quase quatro meses.
O Acer Aspire S3-391-6632, com Intel Core i3, 320 GB e tela de 13,3", sai por R$ 2,599 (58 dias). O Sony VAIO com Core i5, 500 GB e tela de 13.3", custa R$ 3.699 (82,5 dias). O HP Folio, com Core i5, 128 GB e tela de 13,3", custa R$ 3.799 (84,7 dias). E o Dell XPS 13-5370, com Core i5, com 128 GB e 13", R$ 3.999 (89,2 dias).
A Sony tem um notebook mais potente que o citado acima, com perfil mais voltado ao mercado corporativo, o VAIO Z215, com Core i5, 128 GB, saída HDMI e tela 13,1". Ele sai por R$ 7.749, então seria necessário trabalhar por 173,8 dias para adquiri-lo.
Ele custa pouco mais da metade do MacBook mais potente, o Pro de 15", com processador Core i7 quad core, 512 GB de armazenamento em flash e tela Retina. Para comprar um aparelho desses o brasileiro precisa trabalhar por 281 dias, porque ele custa R$ 12.599. Isso significa que durante 9,36 meses o interessado não poderia gastar com mais nada.
Todas as informações desta matéria foram obtidas por cruzamento direto de dados, considerando a média de rendimento de cada brasileiro e o valor dos aparelhos. A despesa domiciliar no Brasil é de R$ 2.419,77 por mês, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos das Famílias (POF), também do IBGE. Isso mostra que o valor de muitos aparelhos vendidos por aqui ultrapassa bastante o que famílias inteiras precisam para sobreviver.
via olhar digital
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