Samsung Series 9: um ultrabook elegante, mas "esquentado"
Máquina combina belo design com bom desempenho e autonomia de bateria, mas aquecimento pode ser um problema
Em junho deste ano a Samsung colocou no mercado nacional seu primeiro Ultrabook, o Series 9. Se o nome lhe parece familiar, é porque a Samsung já o usou anteriormente, em um notebook lançado em maio do ano passado. E embora aquela máquina incorporasse o espírito de um Ultrabook, por questões técnicas não era considerado como tal.
Mas o novo Series 9 é um Ultrabook em todos os sentidos. Com design elegante e ótimo desempenho ele é uma máquina “quente”, embora este ponto tenha infelizmente sido levado meio que ao pé da letra, como descobrimos em nossos testes.
Design e Hardware
Com apenas 12,9 mm de espessura e pesando 1,16 Kg o Samsung Series 9 é um ótimo exemplo de um ultraportátil. O chassis em alumínio com acabamento em um tom azul escuro e laterais prateadas é muito bonito, embora o material acumule marcas de dedo com grande facilidade.
A tela tem 13”, com resolução de 1600 x 900 pixels, e a máquina é baseada em um processador Intel Core i5 de 2ª Geração, da família Sandy Bridge, rodando a 1.6 GHz e acompanhado por 4 GB de RAM. Uma unidade SSD de 128 GB faz as vezes de disco rígido.
Samsung Series 9: design bastante atraente
Vale mencionar que a resolução da tela é superior à de muitas máquinas na mesma categoria e tamanho (geralmente 1366 x 768 pixels). O acabamento fosco ajuda a reduzir reflexos, e a qualidade de imagem é excepcional, com ótima nitidez, iluminação homogênea e muito boa fidelidade de cor. Colocamos o Series 9 lado-a-lado com um MacBook Air de meados de 2011 e o tom mais frio, “azulado”, da imagem na máquina da Apple ficou imediatamente óbvio.
Acima do monitor há uma webcam HD de 1.3 MP para videoconferência, e nas laterais duas portas USB (uma delas USB 3.0) e saída HDMI para ligação a TVs de alta-definição. Também há uma porta Ethernet com um conector proprietário, com um adaptador para um plugue RJ-11 incluso na embalagem, e um leitor de cartões SD.
Como todo Ultrabook, algumas concessões tiveram de ser feitas em nome da portabilidade. Entre elas a ausência de um drive óptico, a bateria não removível e a memória RAM soldada na placa-mãe, sem possibilidade de expansão.
E se você é do tipo que tem coleções imensas de músicas e vídeos, vai logo se sentir limitado pelos 128 GB no SSD. Tecnicamente ele é removível, mas para isso é necessário desmontar a máquina inteira, e unidades de maior capacidade são proibitivamente caras. A solução é apelar para um HD externo.
O Samsung Series 9 comete um pecado de design: o conector de força e as portas USB 3, micro HDMI e Ethernet, todos na lateral esquerda, estão muito próximos uns do outros. Se você quiser usar um pendrive mais “gordinho” e recarregar a bateria ao mesmo tempo, pode não conseguir. O mesmo pode ser dito sobre usar o pendrive e a saída micro HDMI simultâneamente.
Conectores próximos demais atrapalham uso de pendrive e carregador simultâneamente
Desempenho
Uma das principais características dos Ultrabooks é a agilidade. Em termos de “força bruta” eles podem não ser mais poderosos que um bom desktop ou um notebook sofisticado, mas respondem muito mais rapidamente aos comandos, dando a sensação de melhor desempenho.
Veja, por exemplo, o tempo de boot. Um PC normal pode perder até um minuto ou mais entre o momento em que você aperta o botão de força e ele estar realmente pronto pra uso. O Series 9 levou apenas 15 segundos, entre o momento em que apertei o botão de força e o desktop surgir completo na tela.
Colocar a máquina para “dormir”, fechando a tampa, é instantâneo e nesse modo o consumo de energia é mínimo: medimos apenas 10% em 19 horas. É o suficiente para mais de uma semana nesse modo. Abra a tampa e ela está pronta para usar em 5 segundos, exatamente como você a deixou. Com isso, há pouco motivo para “desligar” o Series 9.
No uso no dia-a-dia o desempenho do Series 9 nunca deixou a desejar, seja navegando na web, editando textos ou assistindo vídeo em alta-definição. Embora não seja uma máquina indicada para isso (já que não tem uma GPU dedicada) ele até rodou alguns jogos como DiRT 2: conseguimos cerca de 40 quadros por segundo (acima do mínimo de 30 quadros para que o game seja considerado “jogável”) na resolução de 1280 x 720 pixels, com qualidade gráfica Ultra Low e VSync ligado. Para um gamer isso é pouco, mas é o dobro do desempenho que vimos em outros Ultrabooks, como o Acer Aspire S3-951
Um Ultrabook “quente”
Uma coisa chamou minha atenção durante os testes com o Samsung Series 9: sob uso intenso a parte inferior do chassis se torna perigosamente quente. Após cerca de 15 minutos de nosso teste de desempenho em jogos, com a máquina ligada à tomada, medi temperaturas de até 60º C no canto superior esquerdo, perto da dobradiça e das portas USB. E o calor não se limitou à tampa inferior: o ponto central do teclado, entre as teclas G e H, chegou aos 46.9º C.
Series 9 se destaca pela espessura, apenas 12,9 mm
Felizmente sob uso típico, durante a navegação na web, reprodução de vídeo ou edição de textos, as temperaturas são bem mais aceitáveis. Não ultrapassaram dos 40º C no ponto mais quente da tampa inferior, o que está na média de outras máquinas que já passaram por nosso laboratório. Ainda assim, os números que obtive no “pior caso” são assustadores. Se você pretende exigir muito do Series 9, coloque-o sobre uma mesa. Seu colo agradece.
Bateria
Em nosso teste de uso real carregamos completamente a bateria, colocamos a máquina no perfil de energia “Samsung Optimized” e deixamos o brilho da tela em 50%. Depois nós a conectamos a uma rede Wi-Fi e a usamos num dia de trabalho típico: navegação na web, edição de textos, streaming contínuo de áudio e um ou outro vídeo ocasional no YouTube. Com isso conseguimos uma autonomia de 4h e 28 minutos, que consideramos boa.
Veredito
O Samsung Series 9 custa caro: o preço sugerido é de R$ 3.999, mas está na média de outros Ultrabooks com características similares, e é menor que o de concorrentes diretos como o MacBook Air. E apesar do “calorão”, se combinarmos fatores como o desempenho, autonomia e design podemos afirmar sem dúvidas: ele é o melhor Ultrabook que já passou pelas nossas mãos.
via Pc World
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