Rússia começa a restringir sites com conteúdos considerados ilegais
Legislação promulgada por Vladimir Putin em julho deste ano entrou em vigor e já reportou mais de 5 mil denúncias
| Reprodução |
Segundo o site GigaOm, a nova legislação foi promulgada pelo presidente Vladimir Putin e publicada no Diário Oficial em julho deste ano, exigindo que sites com informações consideradas danosas – pedofilia, drogas e suicídio – sejam fechados pelos seus proprietários ou pelos próprios provedores.
O projeto diz que se o site não for tirado do ar pelo seu dono depois de 24 horas do recebimento do aviso, o governo fica autorizado a barrar o seu acesso para os 145 milhões de habitantes do país.
De acordo com o órgão responsável, nas primeiras 24 horas de existência, eles registraram mais de 5 mil reclamações sobre conteúdos ofensivos, sendo que 96% destes pedidos foram rejeitados.
"Das queixas iniciais, dez sites foram mantidos na lista negra por conter pornografia infantil, 40 denúncias foram passadas para as autoridades de controle de drogas e 23 para o órgão protetor dos consumidores", dizia a mensagem publicada no site da agência.
Apesar do alto índice de denúncias, a organização não-governamental internacional Reporters Sans Frontiers, cujo objetivo declarado é defender a liberdade de imprensa no mundo, se opõe à legislação e outras leis russas relacionadas à internet.
"O processo de bloqueio de acesso é extremamente sombrio. Nenhuma decisão judicial é necessária. Um grupo de 'especialistas' anônimos, de competência desconhecida e credenciais não confirmadas são os responsáveis pelas restrições", afirmou o grupo.
"Em setembro do ano passado, por exemplo, o YouTube foi totalmente bloqueado por várias horas em algumas regiões por provedoras de internet que foram ordenadas a bloquear um filme anti-islã, chamado 'The Innocence os Muslims'", lembrou a organização.
Além deles, em julho deste ano a Wikipédia do país decidiu sair do ar por um dia em protesto contra a nova lei. A enciclopédia digital faz parte de um grupo sem fins lucrativos e todo o conhecimento produzido pelos seus colaboradores é disponibilizado através da licença livre Creative Commons.
O governo russo alega que um maior controle sobre a internet é necessário para controlar excessos como a pornografia infantil ou a disseminação das drogas, em um argumento comum para os defensores de uma web mais centralizada.
Críticos das emendas, porém, afirmam que sua existência se deve a um plano de Putin, que estaria interessado em controlar com mais facilidade os seus dissidentes políticos.
via olhar digital

0 comentários