Aonde a Samsung quer chegar?
Conversamos com especialistas para avaliar as estratégias de marketing da empresa, que cada vez mais envolve os consumidores com táticas à
A notícia de que a Samsung gastou mais que a Apple com propagandas sobre mobilidade nos EUA reforça a tese de que a sul-coreana segue os passos da rival. Pelo menos no que diz respeito a ações de marketing. O burburinho de meses em torno do Galaxy S4, carregado de mistério e rumores, remete à estratégia criada por Steve Jobs e ainda usada com efeito pela norte-americana.
Mas o assunto é acompanhado de divergências. Se para alguns a tática da Samsung simboliza o objetivo de igualar o poder de marca da concorrente, para outros, a companhia estaria apenas usando estratégias que tradicionalmente geram boa repercussão no mercado.
“Muita gente questiona se a Samsung pode se tornar a nova Apple, mas acho que esta não é questão. O que devemos entender é se ela QUER se tornar uma Apple da vida”, questiona o coordenador de marketing digital a ESPM, Pedro Waengerther. Para ele, a resposta é não. "A Samsung conseguiu a confiança do mercado e se tornou líder. Não acredito que ela queira ser amada como a empresa da maçã. Isso não faz parte da estratégia”, aposta.
Vitor Lima, outro professor de marketing digital da ESPM, afirma que o aumento nos investimentos em propaganda faz sentido porque acaba se transformando em comunicação espontânea. No entanto, ele diz ser praticamente impossível imaginar um cenário no qual a companhia consiga se equiparar à Apple neste quesito.
"Quando você é o primeiro a criar algo a chance de sucesso é maior e a fama também. Quem chega depois, como é o caso da Samsung, tem mais dificuldade de conseguir a mesma fidelidade. Ela precisa construir reputação e, para isso, é necessário mais investimento na divulgação da marca", explica.
Na opinião de Lima, por mais que a sul-coreana tente, não conseguirá criar a mesma relação íntima com o consumidor conquistada pela Apple. A dificuldade, segundo ele, reside na extensa gama de produtos oferecidos, o que dificulta a formação de vínculos fortes com os clientes. A redução da cadeia de opções, a exemplo do que faz a Apple, seria a saída para a companhia asiática mostrar ao público que seus produtos são feitos com o mesmo nível de dedicação e esmero.
Além de pioneirismo e linhas mais limitadas, o histórico da marca é outro ponto importante. A dona do iPhone é mais 'velha' e contribuiu ativamente com episódios revolucionários da tecnologia, como o lançamento do Macintosh. Segundo os professores, a audácia empenhada nestes momentos ficou registrada no inconsciente do consumidor, que, por esse motivo, tende a valorizá-la ainda mais.
Mas a Samsung dispõe de características que faltam à rival americana: autonomia e independência. Segundo os analistas, a bandeira de liberdade levantada pela sul-coreana com a ajuda do Android, sistema operacional que roda em seus principais telefones, é vista pelo público como sinal de prestígio.
Ainda assim, a discussão está longe de ser virar consenso.
E você, leitor, o que acha?
via olhar digital
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