DungeonLand: designer fala da criação do jogo brasileiro de sucesso no Steam

Thaylan Sk | 16:25 | 0 comentários

DungeonLand é um game brasileiro que ficou em terceiro lugar em vendas no Steam em seu lançamento e permaneceu semanas entre os dez jogos mais vendidos na loja virtual. Em uma entrevista exclusiva para nossa coluna Geração Gamer, o desenvolvedor do jogo, Marcos Venturelli, contou detalhes dos bastidores da Critical Studio, empresa responsável pelo game, além de suas opiniões e dicas para quem quer entrar no mercado de games brasileiro.
Os heróis de DungeonLand (Foto: Divulgação)Os heróis de DungeonLand (Foto: Divulgação)
Com quantas pessoas se faz um game de sucesso?
DungeonLand foi desenvolvido por uma equipe fixa de 12 pessoas, com a participação de mais alguns colaboradores de arte. Mas "o mais legal da equipe da Critical é que não somos nenhum ‘dream team’”, explica Marcos Venturelli, de 27 anos. O desenvolvedor acredita que o próprio game serviu de aula para que os designers aprendessem a criar personagens, histórias e desafios eletrônicos. “Éramos um bando de gente estranha que tinha tudo pra dar errado, mas demos um jeito de tirar o melhor de cada um de nós e aprender a fazer um jogo juntos”, completa.
A equipe que criou DungeonLand. Marcus Venturelli é o terceiro à esquerda (Foto: Divulgação)A equipe que criou DungeonLand. Marcos Venturelli é o terceiro à esquerda (Foto: Divulgação)
De acordo com Venturelli, a criação do game foi a primeira para muitos dentro da equipe da Critical Studio. Ele mesmo não tinha formação como desenvolvedor de games e só tinha atuado no mercado de televisão e de entretenimento antes. “Resolvi comprar uma penca de livros de design de games e sair estudando sozinho e fazendo jogos para aprender. Aliás, essa é uma cultura que tem muito aqui no Brasil, de que quando você quer aprender alguma coisa tem que procurar um curso. Cursos são legais, mas só te dão um ponto de partida”, explica Marcos.
O futuro dos games e o Steam
“Eu espero, na verdade, que a Steam seja um pouco menos dominante no mercado de games. Hoje em dia o monopólio do Steam sobre o mercado de PC é grosseiro. Não tenho os números exatos agora, mas todos os competidores somados – como Impulse, GOG, Origin, etc – não são nada comparados ao Steam no mercado de distribuição digital de jogos”, diz o designer de games.
A verdade é que, sem a rede online Steam, o DungeonLand não teria conseguido uma exposição fora da cena de games brasileira. Logo, apesar de monopolizar as vendas na Internet, a loja garantiu que um jogo nacional conseguisse uma boa repercussão no mercado internacional de games.
DungeonLand é um sucesso no exterior graças ao Steam (Foto: Divulgação)DungeonLand é um sucesso no exterior graças ao Steam (Foto: Divulgação)
Entretanto, mesmo com estas vantagens, Marcos Venturelli tem muitas críticas à rede que consolidou seu game e sugere alternativas para iniciantes na área. "Entre todas as plataformas de distribuição digital hoje no mercado, o Steam não é exatamente a mais viável para novatos. Acho que a AppStore leva esse mérito. Mesmo assim, a Steam ainda é mais favorável aos desenvolvedores independentes se for comparar com empresas que produzem para os consoles", afirma o especialista.
Venturelli elogia a Steam por não aceitar qualquer game e ser, ao mesmo tempo, aberta para desenvolvedores experientes, “permitindo coisas pequenas, novas e experimentais”. O designer também elogia a estratégia de promoções da rede, que melhoram a rentabilidade de um produto digital feito para funcionar no computador.
Uma dica para o sucesso no mundo dos games
Para Marcos a dica de ouro é simples. “Faça jogos! Pare de ler essa entrevista e vai correr atrás! Existem muitas ferramentas na internet. Você pode fazer jogos em tabuleiro, flash, Unity, e Game Maker. Pode até fazer um mod, uma modificação, de algum jogo como Skyrim ou Minecraft”, explica o desenvolvedor.
Dungeonland (Foto: Divulgação) (Foto: Dungeonland (Foto: Divulgação))DungeonLand (Foto: Divulgação)
Sobre a projeção do Brasil no mercado internacional de jogos ele se mostra otimista. "Sei que todo mundo fala isso há anos, mas eu mesmo nunca acreditei. Dá pra perceber que realmente está aparecendo de fato uma ‘cena’ de desenvolvimento brasileira. Tem gente realmente boa, e existe diálogo e companheirismo entre os desenvolvedores, como a galera da Behold, Mini-boss, Aquiris, Taw e JoyMasher”. Para Venturelli o nível de jogos deve melhorar no país nos próximos anos, caso o cenário nacional de desenvolvimento continue neste ritmo.
Marcos Venturelli também acredita que, comparando com as grandes desenvolvedoras como Electronic Arts e Activision, os criadores de jogos independentes devem se sair melhor com os futuros gamers e consumidores de jogos digitais. “Acho que já estamos vendo uma revolução muito grande dos indies em publicação e capitalização de jogos independentes com a dupla de crowd funding, com Kickstarter, e alpha funding, com Steam Early Access." Um exemplo do sucesso deste modelo é o projeto Prison Architect, um jogo da Introversion sobre gerenciar uma prisão de segurança máxima, que arrecadou mais de US$ 2 milhões através de doações antes de ser oficialmente lançado.
via Tech Tudo

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