Quais os diferenciais de países fortes em empreendedorismo?

Thaylan Sk | 11:10 | 0 comentários

 Empresários encontram facilidades para fundar empresas em determinados mercados
 

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Negócios
Leonardo Pereira

Cingapura, Hong Kong, Nova Zelândia, Estados Unidos e Dinamarca. Estes são, na ordem, os melhores países para se empreender atualmente, segundo o ranking anual da Doing Business. A lista, publicada desde 2003 com apoio do Banco Mundial e da International Finance Corporation (IFC), é a mesma que mostrou que o Brasil está entre os piores para quem pensa em montar uma startup. Mas o que eles têm que nós não temos?

Os cinco estão nas mesmas posições em que estavam em 2011, com pequenas alterações nos critérios avaliados pela Doing Business. São dez: facilidades para se abrir um negócio; permissões para construção; contratação de eletricidade; registro de propriedade; obtenção de crédito; proteção a investidores; pagamento de impostos; comércio exterior; cumprimento de contrato; e facilidade para se negociar dívidas.

"A dura verdade é que estes países possuem empreendedores mais qualificados e experientes. E que estão dispostos a passar pelo árduo processo de construção de uma startup e a montanha-russa emocional que vem junto", opina Reinaldo Normand, fundador e CEO da desenvolvedora de jogos sociais 2Mundos.

"Eles arriscam, apostam tudo e não têm medo de fracassar ou errar. Um empreendedor que erra abre caminho para dezenas acertarem. É assim que funciona. Steve Jobs, o maior empreendedor de TI da história, errou por muitos anos", continua o executivo, que desde 2007 frequenta o Vale do Silício, tido como maior polo de inovação do mundo.

Nesse sábado, 1, o TechCrunch publicou um artigo de Benjamin Joffe, fundador da empresa de pesquisa e estratégia +8* (Plus Eight Star). No texto, ele lista mais seis critérios essenciais para que um país se torne o próximo Vale: mercado (tamanho), capital (facilidades para investidores), população (mentalidade), cultura (empreendedorismo), infraestrutura (de internet) e regulamentação (governamental).

Joffe comparou quatro países asiáticos - mercado em que sua empresa atua - com os EUA. Todos (Cingapura, Coreia do Sul, Japão e China) apresentam bons resultados, mas no fim os norte-americanos ficaram na frente, seguidos por chineses, cingapurianos, japoneses e sul-coreanos.

"É muito mais fácil montar equipes de ponta em países minúsculos como Cingapura, Hong Kong, Israel ou a Dinamarca do que no Brasil", explica Normand. "E antes que me acusem de qualquer falta de patriotismo, podemos olhar para o quintal dos vizinhos Argentina, Chile e Colômbia e vermos que isso é possível no prazo de dez, 20 anos."

O chefe da +8* concluiu que há outros ecossistemas criativos fora o Vale do Silício, que eles não precisam necessariamente ser como o americano e que nenhum é perfeito. Até porque, como explica, se há muito capital disponível, os talentos ficam caros, se há muito mercado, ele se torna demasiadamente competitivo. Até agora, o berço do Google tem se mostrado mais estimulante, mas China Japão, Coreia, Rússia e Brasil são bons mercados para se apoiar o surgimento de grandes empresas locais, segundo Joffe.

Mas para isso crescer por aqui, é preciso atualizar a mentalidade local. "Muito exaltamos a capacidade dos empreendedores brasileiros, mas, sinceramente, acho que temos de ser mais humildes e fazer ao invés de falar. Reclamamos muito, criticamos muito. A realidade é que o discurso dos brasileiros não condiz com os fatos", finaliza o empreendedor brasileiro, para quem "Israel, Japão e Coreia não se tornaram potências tecnológicas com bravatas."

 via olhar digital
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