HTML 5: uma linguagem revolucionária

Thaylan Sk | 10:54 | 0 comentários

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Mais compatibilidade na exibição de vídeos via internet, aprimorar o uso offline de aplicações web e exibir gráficos interativos com facilidade no browser estão entre os avanços permitidos pela evolução de uma linguagem que ficou uma década sem atualização, o HTML 5 evolui e abre caminho para browsers auto-suficientes com avanços em multimídia e aplicações offline. Conheça a linguagem que vai revolucionar sua navegação na web:

A quinta versão da linguagem de desenvolvimento HyperText Markup Language (HTML), responsável por organizar e formatar as primeiras páginas que visitamos na internet, é a grande aposta de empresas como Google, Mozilla, Apple e Opera para levar as aplicações à web. A versão final mais recente da linguagem é o HTML 4.0.1, aprovado em 1999.

"Por isso o frisson em relação ao HTML 5. A linguagem ficou muito tempo sem evoluir e as pessoas adotaram maneiras alternativas de resolver os problemas de programação na web", afirma o professor do departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP), Marco Aurélio Gerosa.

A evolução do HTML influi na forma como os navegadores fazem a leitura dos códigos de programação e montam as páginas web para o internauta.
Gráfico HTML5
Apesar de o HTML não ter mudado desde 1999, já passamos por uma boa e recente transformação na forma como escrevemos páginas Web, conta Rodrigo Leme, coordenador de projetos web da agência Espiral Interativa. “Há aproximadamente quatro anos, praticamente todos os sites eram ‘diagramados’ com a utilização do recurso de tabelas do HTML. Com a demanda por páginas mais leves, mais rápidas e com mais recursos, passamos a usar apenas a linguagem Cascading Style Sheet (CSS) para cuidar da parte visual de um site, deixando assim o HTML apenas com o conteúdo estruturado, explica.

Agora com o conteúdo mais estruturado e, com a continuidade da evolução da web, na qual a organização de conteúdo (web semântica) passou a ser ponto chave, as linguagens de desenvolvimento sofreram uma carência de recursos.

A coisa mais simples que posso citar é a enorme falta de tags (marcações ou orientações para que o navegador saiba como exibir uma informação) para podermos estruturar as páginas de forma mais concisa e que essas façam mais sentido para que os mecanismos de busca exibam resultados ainda melhores”, afirma Leme.

Com a chegada do HTML 5, o gerente de projetos ainda destaca a oferta de interfaces de programação de aplicações (APIs, na sigla em inglês) para o desenvolvimento de aplicações no browser como acesso offline, recursos gráficos 2D – por meio da tecnologia Canvas - e para áudio e vídeo. “Elas vêm para quebrar o paradigma de que o browser é simplesmente um ‘exibidor de páginas’”, afirma.

"O HTML 5 oferece uma experiência de web mais rica para usuários e ferramentas adicionais a desenvolvedores, que podem criar aplicações mais complexas com base em um conjunto de padrões abertos", explica Alejandro Villanueva, responsável pelo relacionamento com comunidades de desenvolvedores do Google na América Latina.

Multimídia
O avanço na programação de vídeos é o principal destaque do HTML 5. A nova versão da linguagem contempla uma série de tags para objetos multimídia como vídeos, arquivos de áudio e gráficos vetoriais - incluindo animações em linguagem Flash -, que se adaptam ao formato da tela e não precisam ser redesenhados.

Para serviços de vídeos como o YouTube, do Google, o HTML 5 quebra barreiras de compatibilidade com os programas que exibem vídeos em diferentes navegadores.

O Google publicou na internet um protótipo do YouTube baseado em HTML 5 e recentemente fez uma série de demonstrações da aplicação do HTML 5 em seu site de vídeos durante a conferência Google I/O, para desenvolvedores. "Embora seja uma versão experimental do YouTube, ela se mostra bastante promissora" comenta Villanova.

Aplicações offline
Na avaliação do professor Gerosa, a principal mudança provocada pelo HTML 5 será a forma de armazenar os dados na máquina do usuário. "Com o HTML 5 é possível armazenar dados na máquina do cliente, sem que eles tenham de ser guardados no servidor web" afirma.

A mudança também facilita a criação de novas aplicações online que funcionam enquanto o usuário está desconectado e depois são sincronizadas via internet, como o Google Gears, que permite a sincronização de aplicações offline dos programas do Google Apps.

O interesse do Google no HTML 5 se explica pela evolução dos serviços baseados na web - não mais no desktop - já que o HTML 5 conta com tags (marcações) que facilitam o desenvolvimento de aplicações que rodam em servidores web. "É possível criar uma aplicação em interface web com recursos de arrastar e soltar, por exemplo", destaca Gerosa.

Compatibilidade
Para que os avanços do HTML 5 sejam vistos pelos internautas é necessário criar navegadores compatíveis com a nova linguagem - o Safari 4, da Apple e o novo Firefox 3.5 (ainda em versão beta), prometem compatibilidade. Já nos browsers mais antigos, provavelmente as tags do HTML 5 serão ignoradas, afirma o professor Gerosa.

O navegador Chrome, do Google, já conta com tags de video derivadas do HTML 5 e o Internet Explorer 8, da Microsoft, também apresenta funções da nova linguagem como armazenamento local de dados para acesso offline e navegação na linguagem Ajax.

"Embora o HTML 5 ainda tenha de percorrer um longo caminho para ser finalizado, o Google Chrome já implementou partes da linguagem, incluindo tags de vídeo e suporte à tecnologia Canvas", observa Villanueva.

O HTML 5 ainda está em testes - sua versão mais recente foi apresentada em janeiro deste ano pelo World Wide Web Consortium (W3C), grupo responsável por desenvolver tecnologias que sejam compatíveis para promover a evolução da web. A versão final do HTML 5 está prevista para 2012, mas a comunidade de desenvolvimento trabalha com o W3C para adiantar o cronograma.

Com a evolução da linguagem, na opinião dos especialistas, os navegadores passam da categoria de meros mostradores de páginas para completos ambientes de desenvolvimento. “Isso, na prática, coloca em risco a existência dos sistemas operacionais completos. Afinal, qual será a necessidade deles em um mundo onde iremos fazer tudo dentro do navegador?” conclui Rodrigo Leme.

Fonte: IDG Now!



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