Entenda o que é grafeno e por que ele pode revolucionar os eletrônicos

Thaylan Sk | 21:45 | 0 comentários


grafeno é um composto de átomos de carbono reunidos em pedaços que se parecem colmeias. Ele nada mais é que uma camada finíssima de grafite, o mesmo que compõe os lápis. Quando isolado e usado da forma correta, ganha possibilidades incríveis de utilização e, por isso, vem sendo considerado como a matéria-prima do futuro.
O grafeno é tido como a solução de vários problemas na área de tecnologia: desde substituição de materiais raros e escassos até o barateamento de custos para o consumidor. O composto foi descoberto em 1947, pelo físico Philip Russel Wallace, o primeiro a estudar de forma teórica sobre o material. Mas foi só em 1962 que ele se tornou realidade, através dos químicos Ulrich Hofmann e Hanns-Peter Boehm. Foi Boehm, inclusive, quem o batizou, a partir da junção das palavras grafite e o sufixo –eno.
Finalmente, em 2004, o grafeno surgiu para o mundo, graças aos físicos Andre Geim e Konstantin Novoselov, que resolveu testar seu potencial como transistor. Até aquele momento, era impossível conseguir uma amostra do material para estudos mais efetivos, sem o isolar da forma correta. Os estudiosos conseguiram o feito, incrivelmente, com uma fita adesiva.
Dupla Camada GrafenoDupla Camada Grafeno (Reprodução/UC Santa Barbara)
Material do futuro
Não é à toa que o grafeno é supervalorizado no mundo da tecnologia. Ele é, simplesmente, o material mais forte, mais leve e mais fino conhecido na atualidade. Além disso, é transparente, elástico e conta com propriedades elétricas e óticas.
Empresas e cientistas apostam no composto químico como a revolução na indústria de eletrônicos, projetando uma nova geração de componentes e dispositivos. O fato de ser uma descoberta relativamente nova não impediu que os primeiros produtos comerciais já estejam perto de serem lançados.
Um destes produtos derivados que estão sendo desenvolvidos a partir do material é um novo tipo de cabo de transmissão. Os cientistas aproveitaram todo o potencial dos elétrons e potencializaram a velocidade de troca de dados a centenas de vezes acima do que existe atualmente. Tal tecnologia permitiria uma internet muito mais rápida do que a que conhecemos.
Pesquisadores já desenvolveram também uma antena de grafeno, com a qual é possível transmitir, a um metro de distância, 128 Gb (ou 1 terabit) por segundo. Para se ter uma ideia, em 128 Gb cabem, aproximadamente, 32 mil músicas de 4 Mb. Acredita-se que, a uma distância menor, os cientistas consigam transmitir cem vezes mais informações na mesma quantidade de tempo.

Existem ainda novas pesquisas com nanochips, fones de ouvidos, filtragem de água salgada, telas touchscreen e dispositivos biônicos, todos derivados do grafeno. Tais experimentos e estudos influenciaram a criação de um consórcio, que incentiva estudos e busca investidores, chamado
 Graphene Flagship Consortium. Este grupo conta com nove parceiros, entre eles a Nokia e a Universidade de Cambridge. Também fazem parte os recentemente laureados com o Nobel de Física, Andre Geim e Konstantin Novoselov, que foram premiados justamente por estudos em torno do material.As propriedades do material também estão sendo aproveitadas para a criação de baterias. Uma delas foi descoberta acidentalmente por um estudante da Universidade da Califórnia. O rapaz colocou uma camada líquida de óxido de grafite em um CD, inseriu em um leitor de DVD com LightScribe (tecnologia de impressão direta em um CD ou DVD) e usou o sistema para "chupar" o grafite. Em apenas dois segundos de carregamento, o disco banhado conseguiu carregar um LED por cinco minutos. Há também versões de bateriais flexíveis e ultrarrápidas em desenvolvimento, que vão de encontro ao lançamento de gadgets dobráveis, como têm sugerido diversas fabricantes, como a Samsung.
O Brasil não está fora desta briga. Já existem investimentos reais no país: a Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, arrecadou investimentos para construir o primeiro centro de pesquisa de grafeno por aqui. A inauguração deve acontecer em maio de 2014 e o espaço terá 6500 metros quadrados.
via Tech Tudo

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